A ciência responde: Deus existe?

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Antes de mais nada, é importante ressaltar que o conceito de uma (ou mais) divindidades que governam a humanidade existe desde a Idade da Pedra e, além de um valor moral e social, é um comportamento genético da espécie. Então não discutiremos aqui, de forma literal, se Deus existe - até porque é impossível responder a essa pergunta com provas, até hoje - mas sim por quais motivos nós acreditamos em um Deus. Isso partindo da hipótese de que Deus é, acima de tudo, uma consciência reguladora - pois encontrar o divino numa fórmula matemática que orquestrasse a natureza, por exemplo, não seria o mesmo que achar que há algum ser inteligente por trás do destino do Universo. Ou seja, a real pergunta é: existe algum tipo de entidade regulando a existência? Para responder a esse complexo questionamento, trazemos 3 hipóteses distintas, cada uma baseando a resposta em uma origem diferente - ainda que, no final, as 3 acabem por se completar.





Hipótese 1:

"Isso não deve/pode ser discutido pela Ciência"

De acordo com o filósofo Karl Popper, só podemos usar a Ciência para comprovar ideias através de testes intensivos, o que ele chama de "critério de falseabilidade". Como o nome já diz, isso quer dizer que, para verificar se algo é real, é preciso testar seu comportamento e brechas racionais. Se ficou difícil de entender, aqui um exemplo físico: para descobrir qual é a probabilidade de se conseguir tirar cara ou coroa num lançamento de moeda, são realizados 100 lançamentos. Essa experiência é repetida 10 vezes e os resultados comparados. Ou seja, um conceito verbal virou matemática, e aí a Ciência pode verificar sua realidade. Mas como fazer isso com Deus se é impossível medí-lo, vê-lo ou testá-lo? Portanto, para Popper, Deus seria um assunto da metafísica, que é uma ramificação da filosofia, e não poderia ser encontrado num microscópio ou pelos métodos materialistas.

Hipótese 2:

"Deus está dentro de nós"

O estudioso Edward O. Wilson acha que Deus está em genes, e seria uma evolução de um comportamento natural relacionado à liderança e ao medo. Para o americano, a submissão a um poder maior é análoga ao comportamento de macacos, como a espécie Rhesus, em que apenas o macho dominante anda com a cabeça e cauda erguidas, e os outros o seguem com ambas abaixadas. Esse nível de "paternidade" é uma esperança de fazer parte de um bando e ser protegido pelo macho alfa, que numa versão divina seria o próprio Deus que cultuamos. Os chimpanzés, que estão muito próximos de nós na árvore evolutiva, também tendem a cultuar locais, como cachoeiras, perante as quais agem reverência, num comportamento que Wilson intitulou "senso místico". "O dilema humano é que evoluímos geneticamente para acreditar em Deus, e não para acreditar na Biologia", afirma o cientista.

Hipótese 3:

"A consciência divina está por trás da própria evolução"

A teoria conhecida como "Teoria do Design Inteligente" prega que funções incrivelmente complexas, como o pensamento, a respiração, o transporte celular e a visão, não podem ter sido um mero fruto do acaso. Realmente, se pararmos pra pensar nas teorias Darwinistas, é sempre um ponto confuso tentar entender como um ser humano sapiens sapiens simplesmente nasceu inteligente de um dia para o outro. Afinal, por mais que esse tenha sido um processo longo, em que ponto o "eu" começou a existir? Não existe uma "meia-consciência", ou ela existe ou não, então algum ser tem que ter sido o primeiro a tê-la, mas como isso teria acontecido? Assim, na verdade o Destino e Deus existiriam, e toda a vida teria surgido com um propósito, e a partir daí evoluído. Como se pode ver, essa é uma nova roupagem (um pouco mais cientifíca) para o velho Criacionismo, mas tem argumentos racionais.

Independente do que você (ou eu, ou qualquer um) acha, voltamos a frisar que essas são apenas hipóteses, e não estamos minimamente tentando te dizer se Deus existe ou não, nem dizer que as religiões estão certas ou erradas. Como diz o título da matéria, "a ciência responde", e são apenas hipóteses.

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