Titanfall tem o poder de mudar as regras do jogo
No papo dos jogadores, rola uma sensação de que Titanfall é que nem berinjela: ou você curte, ou você curte odiar. De um lado, as pessoas do PC e do Xbox One, que acumulam horas jogando a prévia, lançada na derradeira sexta-feira, dia 14, e enchem redes sociais e vídeos no YouTube com elogios emocionados. Do outro, vemos uma galera que se recusa a entrar no trem da empolgação reservado ao jogo, e mantém um certo pessimismo (ou cinismo, no caso daqueles que nem mesmo jogaram o beta) em relação ao impacto do seu lançamento, aguardado para 11 de março.
“Titanfall vai ser um game com bastante conteúdo na internet. O jogo é acessível a novatos, o que vai facilitar a entrada de jogadores no mundo dos first-person shooters, mas ao mesmo tempo é complexo o suficiente para que sejam desenvolvidas estratégias e conhecimentos que podem ser discutidos e apresentados via tutoriais”, é o que especula o Edu, o BRKsEDU, dono de um canal com mais de 1,5 milhão de inscritos. O conteúdo volumoso que será produzido em cima de Titanfall também significa uma mudança na renda que circula nesse cenário. O fenômeno pode resultar no crescimento de novos canais – e novos negócios –, mas ainda tem barreiras para enfrentar.
A exclusividade do game à plataformas controladas pelas Microsoft põe em xeque o seu sucesso imediato. Com 5,4 milhões de unidades de vendidas nos primeiros meses, a ideia de publicar Titanfall no PlayStation 4 deve soar cada vez mais atraente para a EA, que está distribuindo o jogo.
“Por ser um jogo restrito a PC, Xbox One e Xbox 360, não acho que no curto prazo ele possa bater a popularidade de um jogo como Call of Duty, mas a longo prazo tem potencial para isso. Principalmente se os próximos games da franquia forem multiplataforma”, afirma Edu. Ao mesmo tempo, o acordo pode significar um aquecimento nas vendas do concorrente Xbox One.
Já essa comparação com o Call of Duty, o rei até então intocável em vendas e no cenário competitivo, aparece com uma certa frequência quando se menciona Titanfall. Mas nem todo mundo está tão confiante que o novo jogo tome o lugar da franquia megalomaníaca da Activision, principalmente quando o assunto é o cenário competitivo.
“Titanfall tem um futuro incerto no cenário competitivo. O beta ainda não revelou a capacidade total do jogo, e os jogadores de Call of Duty estão super ocupados com a notícia da expansão da MLG para o Brasil”, foi o que me contou o Alex Costa, o Made, comandante do time MIBeSports. “Para o competitivo, as variáveis, como os ‘Burn Cards’ e os bots, são sempre preocupantes. Um jogador pode, por exemplo, usar a carta ‘Pull Rank’ e pegar o Titan 80 segundos antes de todos os outros jogadores no mapa, o que não seria justo”, diz.
“A Smart Pistol é um pouco preocupante, porém [a Respawn] pode simplesmente banir essa e qualquer outra arma que pode ser considerada ‘apelativa’”, disse o jogador. “Tive a oportunidade de jogar com a Smart Pistol durante todos os dias do beta e, para ser sincero, ela não é tão fácil quanto parece. O alcance é baixo, e a mira automática é demorada, o que significa que seu adversário pode escapar da sua mira com facilidade.”
No entanto, Made acredita que os pequenos balanceamentos que devem ser feitos até a sua versão final não devem afetar a sua popularidade entre os fãs do gênero. “Para a comunidade de FPS em geral, acho que o jogo está impecável! Prevejo vários jogadores de CoD ou Battlefield migrando para Titanfall“.
Isso significa que podemos sair por aí berrando aos quatro ventos que todos os outros FPSs estão mortos para sempre com a chegada de Titanfall? Vamos com calma, não é bem assim.
“Acho muito improvável o desaparecimento de jogos como CoD e Battlefield. Temos espaço para vários jogos de FPS no mercado brasileiro e mundial, acredito que vão continuar vendendo bem. E claro, vamos sair ganhando como gamers pois quanto mais jogos desse nível, melhor.”
Não há como medir precisamente o sucesso que o jogo vai fazer apenas pelo seu beta, mas não se engane achando que mal vai ouvir falar de Titanfall nos anos a seguir.
Fonte: Kotaku
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