A evolução dos ícones ao longo do tempo
A história da informática teve uma verdadeira guinada em 1981, ano em que a Xerox (sim, a marca que popularizou as fotocópias) lançou o sistema operacional Pilot junto ao computador Xerox Star.
Este foi o primeiro sistema operacional a oferecer uma interface gráfica. Com o uso de um mouse (que também foi lançado primeiramente pela Xerox), o usuário podia realizar tarefas com facilidade, navegando por entre janelas e clicando em ícones que habilitavam funções e abriam programas.
Apesar de as silhuetas lembrarem levemente os ícones que conhecemos hoje, os gráficos da época eram bem rudimentares e não muito semelhantes aos desenhos de alta qualidade que conhecemos nos atuais computadores. Hoje, vamos ver como foi essa evolução dos ícones, passando por PCs, smartphones e outros aparelhos.
O que é um ícone?
Bom, antes de entrarmos de cabeça na história desses símbolos, vale sabermos do que estamos tratando. Segundo os dicionários, um ícone pode representar muitas coisas, mas na informática ele é um elemento gráfico que representa determinado objeto, função, software ou atalho.
Assim, o ícone não é apenas aquele item na sua Área de trabalho. Ele também está presente nos menus dos programas, no menu do sistema e em quase todos os cantos que você imaginar. A principal função dele é facilitar o reconhecimento visual e deixar a usabilidade geral mais simples.
Formas limitadas e poucas cores
Quando a Xerox lançou o Pilot, os ícones eram quase todos iguais. A maioria servia para criar novos documentos e cada um tinha um texto que indicava a funcionalidade específica. Algo curioso é que o sistema já trazia imagens representativas para a lixeira, a calculadora, a impressora e as pastas. Esses ícones não mudaram quase nada em 33 anos de história.
Em 1983, a Apple lançou o Lisa OS e também disponibilizou seus primeiros ícones. Os itens do sistema da Maçã eram claramente inspirados no sistema da Xerox (observe a lixeira, a pasta e o documento). A interface da Apple era um pouco mais evoluída, mas os elementos ainda eram compostos por duas cores: preta e branca.
Assim como a Apple, outras empresas estavam desenvolvendo seus ícones. A Atari resolveu lançar um computador em 1985 que vinha com o sistema Atari TOS. A interface era um pouco rudimentar, mas os ícones foram trabalhados com perspectiva isométrica e davam a noção de profundidade.
Ícones coloridos e desenhos mais complexos
Ainda em 1985, a Amiga lançou seu sistema operacional. O Workbench 1.0 trazia uma série de novos ícones, os quais já tinham quatro cores: azul, laranja, cinza e preto. Além disso, o software da Amiga tinha cursor personalizável e ícones interativos que mudavam de coloração quando ativados.
Um bom avanço no design de ícones aconteceu apenas em 1991, quando surgiu o Macintosh System 7. As representações gráficas ganharam mais pixels e mais cores. Alguns objetos, como a lixeira e a calculadora, não mudaram muito, mas novos ícones apareceram para representar algumas funcionalidades que o sistema trazia.
Finalmente, em 1992, a Microsoft lançou o Windows 3.1 com ícones desenhados por Susan Kare (sim, a designer que trabalhou previamente para a Apple). A artista criou uma série de itens que são muito parecidos com diversos ícones que são usados até hoje.
Três anos depois, a Microsoft chega arrebentando a boca do balão com o Windows 95 e, para garantir a familiaridade, a empresa oferece ícones muito parecidos com aqueles que foram usados na versão anterior. Mais cores, mais isometria e retoques deixam o visual mais moderno. O sistema ainda trouxe um ícone importantíssimo que dá acesso ao Menu Iniciar. Resultado: o Windows 95 foi um sucesso absoluto.
A verdadeira revolução dos ícones
Microsoft e Apple lançaram uma série de sistemas até o ano 2000, mas foi em 2001 que as duas tiveram a ideia de dar uma repaginada completa no visual. A primeira foi a Apple com seu Mac OS X, o qual trouxe uma interface bem diferente e uma coleção de ícones incríveis. Com o uso de milhares de cores e maior resolução, o design dos elementos gráficos ficou atraente e muito realista.
Depois de quase seis anos de sucesso do Windows XP, a Microsoft viu que era hora de atualizar seu sistema. O Windows Vista foi criticado, não tanto por seu visual, mas por conta do desempenho. Apesar dessa questão, não há como negar que a Microsoft fez bonito. Os ícones ficaram realistas e muitos foram espelhados. Alguns foram reaproveitados no Windows 7.
Em 2007, a Apple também resolveu dar alguns retoques em seus ícones. A empresa lançou o Mac OS X Leopard, que veio com itens cromados, reflexivos e alguns efeitos que imitam o efeito de vidro. Não se tratava de um design completamente novo, principalmente porque os objetos já eram muito bonitos anteriormente.
Os ícones invadem os celulares
Por volta dos anos 2000, diversos aparelhos celulares começaram a ganhar mais funções além das ligações e mensagens de texto. Com isso, os telefones necessitaram de telas mais versáteis, capazes de exibir elementos mais complexos.
Seja uma simples chave para indicar que o aparelho estava bloqueado ou uma pequena antena para representar o nível de sinal, os celulares começaram a receber ícones dos mais variados tipos que garantiam a simplicidade no uso.
Com o passar do tempo, eles ganharam displays coloridos e mais funções. Aos poucos, as telas já eram semelhantes à de um computador, possibilitando a exibição de papéis de parede e ícones para diversas funções.
O iPhone também garantiu a chegada de diversos apps ao mundo dos celulares. Logo, navegadores, players de música e outros tantos softwares foram lançados para o smartphone da Apple. Os ícones tiveram papel fundamental nesse sentido, tanto que serviam como propaganda para a empresa divulgar a exclusividade de diversos games e apps.
Logo, Android e Windows Phone chegaram para dividir o mercado. Cada sistema trouxe seus próprios ícones, mas o Android tinha mais semelhanças com o iOS (apesar de não usar bordas e ícones regulares) e o WP7 era bem diferente, sendo inclusive o precursor do estilo do Windows 8. O Windows Phone 8 ainda é o mais alternativo, trazendo elementos chapados e planos.
O ícone obsoleto
É curioso que, no meio de tantos ícones, um em especial nunca foi alterado e hoje ele já não tem mais razão de existir. Estamos falando do ícone da função “Salvar”, que em diversos programas ainda é representado por um disquete.
A verdade é que ele já não tem razão de ser usado desde quando os documentos deixaram de ser salvos exclusivamente em disquetes. Os computadores atuais sequer trazem drives de disquetes, mas, devido ao longo histórico do ícone, ele continua sendo um elemento que serve muito bem para sua representar a função a qual se propõe.
Ícones por toda parte
Bom, esse foi um breve histórico dos ícones. É evidente que existem uma infinidade de outros sistemas que foram lançados durante todos esses anos e cada um trouxe diversos elementos gráficos. Além disso, os ícones têm papel fundamental nas interfaces gráficas de video games, smart TVs, Blu-ray players e outros tantos aparelhos.
Vale notar ainda que os ícones deixaram de ser desenhados apenas para sistemas e, hoje, há muitos artistas que esboçam elementos que ficam magníficos em temas e para substituir logos de diversos aplicativos. A história desses itens não acaba aqui e certamente ainda deve sofrer muitas alterações no futuro. O jeito é se acostumar com os novos ícones e continuar usando o bom e velho disquete para salvar tantas mudanças.
Fonte: White and Noisy, Tuts Plus, Hanselman, The Verge
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