A Lenda de Korra: a jornada chega ao fim

0 comentários


Se você nunca assistiu A Lenda de Korra talvez não entenda o motivo pelo qual esta é considerada uma das séries animadas mais subversivas dos últimos tempos, no entanto, se acompanhou a trajetória da avatar ao longo de suas quatro temporadas, sabe o porque desta apreciação.

Podemos dizer que A Lenda de Korra cumpriu perfeitamente seu propósito, o de suceder A Lenda de Aang trazendo personagens cativantes numa produção de primeira qualidade. Mas não pense que levar o projeto de produção foi uma tarefa fácil. Os executivos da Nickelodeon não foram tão receptivos ao saberem que uma mulher desencadearia o papel principal, mas conforme exibições para análise foram sendo feitas a recepção perante o público surpreendeu.

A série então fez sua estreia na TV americana em abril de 2012 aos sábados pela manhã, mas logo passou a ser exibida no período noturno, isto porque a temática de maior seriedade fugia dos moldes das demais séries veiculadas naquela faixa.

Assim como toda avatar, Korra sabe lidar com os quatros elementos da natureza (Terra, Fogo, Ar e Água), mas diferente de sua vida passada ela não é nada paciente e acredita que a força seja a solução para resolver os problemas. Apesar de não ser muito preocupada consigo mesma, aspectos de beleza e bem estar, por exemplo, se mostra confiante de suas capacidades.

Apesar de não ser ambientada em nosso universo, a série traz uma influência cultural considerável do continente oriental. A diversidade étnica dos personagens é vasta como em A Lenda de Aang, mas com um diferencial que chama bastante a atenção, o de uma personagem feminina poderosa e que não é de pele branca. No entanto vale ressaltar que ela não é a única mulher de prestígio. É possível ver isto claramente ao longo de toda a série, como exemplos podemos destacar a dobradora de metal Lin, Toph, Su Beifong, e muitas outras.

Os personagens masculinos presentes não foram de forma nenhuma deixados em segundo plano. Eles tiveram tempo de se destacar como as mulheres. Posso citar Mako como exemplo forte, apesar de seu romance com Korra ter sido algo irritante e talvez um ponto baixo da animação, ele se desenvolveu muito bem e se mostrou alguém completamente diferente no final da série.

Com o desenrolar da trama, A Lenda de Korra se mostrava cada vez menos infantil e distante de seu público-alvo — motivo pelo qual a audiência tenha caído consideravelmente —, política e religião passaram a ter maior ênfase. A abordagem destes temas em Korra não desencadeou nenhum tipo de censura.

Passados acontecimentos que serão lembrados, chega o grande final. Quem iria imaginar que Korra e sua amiga Asami ficariam juntas? Na verdade os indícios já existiam desde o Livro 3, mas há sempre aqueles que se recusam acreditar em “X” possibilidades — até porque se tratava de uma série da Nickelodeon — mas sempre existiram. É interessante ver que os criadores não se limitaram e tão pouco se intimidaram diante de possíveis “chacotas” pelo que queriam fazer. E eles já deixaram claro que este foi o final pensado e que elas realmente terminaram juntas.

A série lidou com muitos temas adultos como o totalitarismo, anarquismo, preconceito e muitos outros. Quebrou protótipos e criou personagens que serão lembrados.

0 comentários: