Dona dos Power Rangers parece estar preocupada com Chroma Squad, mas jogo não está ameaçado

Quase um ano depois de conseguir ser financiado pelo Kickstarter com Chroma Squad e sua homenagem a vários grupos super sentai, os brasileiros da Behold Studios foram surpreendidos ao serem contatados pela Saban, a empresa dona da marca Power Rangers no Ocidente, para “responder algumas questões”.

De acordo com uma atualização na página do projeto no Kickstarter (só acessível para quem é apoiador), a Saban entrou em contato com os desenvolvedores para chegar a um acordo. “Eles veem duas opções nessa negociação: A primeira é entrar na Justiça para ter certeza que nosso jogo não seja lançado. A segunda opção é eles se juntarem ao nosso projeto com o compartilhamento de royalties”, informa a nota. “Ambos preferimos a segunda opção, considerando que ir para a justiça seria doloroso para os dois lados”, diz o texto da Behold.

Procuramos o pessoal da Behold para saber mais da situação e o programador chefe e produtor do estúdio, Saulo Camarotti, limitou-se a dizer que “por enquanto estamos negociando com a Saban uma possibilidade boa pros dois lados”. Ele afirma também que o problema com a empresa não vai afetar o desenvolvimento nem atrasar o game, que ainda não tem data certa para ser lançado.

Já para o site US Gamer, Camarotti falou um pouco mais e informou que eles foram pegos de surpresa pelo contato da dona dos Power Rangers. “Considerando que nós somos um estúdio no Brasil com seis pessoas, porque se incomodar?” fala o desenvolvedor brasileiro.

Bom, depois que você chama a atenção da mídia com um jogo que tem muito potencial e uma campanha no Kickstarter de sucesso arrecadando quase US$ 100 mil, era de se esperar algo do tipo.

Chroma Squad é um jogo que mistura gerenciamento com ação. O jogador deve coordenar um programa de TV de Super Sentai e ainda enfrentar os inimigos dentro do show. É nessa hora que o combate tático entra em cena.

Parceria

A Saban trabalha diretamente com a Toei Company, a empresa que criou seriados como Changeman, Flashman, Kamen Rider e tantos outros que fizeram sucesso nos anos 1980 e começo dos 1990. Essas séries foram transmitidas no Brasil e marcaram uma geração de crianças e adolescentes. A Saban também produziu a série Power Rangers, ainda nos anos 1990.

Apesar dos próprios desenvolvedores questionarem se o formato de séries de super sentai poderiam ter algum tipo de direito autoral para o site US Gamer, o que poderia ser uma ameaça para eles pode acabar gerando bons frutos com uma parceria com a Saban.

No fórum de Chroma Squad, Camarotti fala que a empresa não chegou a ameaçar a Behold. “Todas as conversas foram bem amigáveis e eles não nos ameaçaram em momento algum”, diz. “E já que nós estamos tentando conseguir algo juntos, nós não podemos falar mais sobre esse aspecto por causa da negociação em si”, completa o desenvolvedor brasileiro.

Ou seja, a parceria pode gerar ainda mais visibilidade para o jogo brasileiro. Talvez até mesmo algum tipo de licenciamento da marca Power Rangers. O ranger verde original como DLC? Rita Repulsa como chefe secreto? A Alameda dos Anjos como cenários desbloqueado? A empolgação com Chroma Squad só aumenta.

Mesmo que você não tenha financiado pelo Kickstarter, pode fazer a pré-compra de Chroma Squad pelo site do jogo. Ele será lançada no Steam, mas sem data confirmada.